CARREATA REÚNE CERCA DE 500 TÁXIS NO RIO DE JANEIRO, MANIFESTAÇÃO TERMINA EM REUNIÃO COM SECRETÁRIO DE TRANSPORTES

Uma data memorável aos taxistas de todo o país, em que várias cidades mobilizaram em protesto contra um app de carona remunerada (transporte ilegal). São Paulo reuniu a maior quantidade, cerca de 1.800 táxis. Houve ainda manifestações em Salvador, BH, Curitiba e Brasília.

Convocada pela Abracomtáxi - Associação Brasileira das cooperativas, em todas as cidades, além é claro das cooperativas, participaram movimentos independentes, sindicatos e grupos de redes sociais.

Aqui no Rio de Janeiro, o apoio veio da AAMOTAB, Taxinforme, Somos todos taxistas, CTR - RIO e representante do sindicatos autônomos e e outros integrantes de grupos de Whats App.

Apesar do grande número de pessoas ligadas a estes grupos, a participação foi baixa se levarmos em conta o número de cadastrados nas salas de bate-papo.

As 10 horas da manhã, o grupo que se concentrou em frente ao clube Boqueirão, ao lado do aeroporto Santos Dumont (Centro do RJ) e os microfones foram abertos para que as lideranças pudessem se expressar.

A idéia inicial era segui até a zona sul, se manifestar na porta de hotéis e dispersar. Porém, no meio dos manifestantes surgiu a proposta de seguirmos para a SMTR para entregarmos um ofício formulado pela AAMOTAB em que cobra a atuação mais eficaz da secretaria.

Segue o texto:

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Três propostas foram feitas:

1) Orla de Copacabana
2) SMTR
3) Prefeitura

A terceira opção foi a mais votada. Ao chegar na Prefeitura ficamos por mais de uma hora sem que fossemos atendido. Um guarda Municipal ameaçou multar os táxis na porta da Prefeitura, um taxista tentou tomar o talão da mão do guarda e um princípio de tumulto se formou mas nada de muito grave.

Em seguida, fomos até a Rua Dona Mariana, 48 - Botafogo, sede da secretaria de transportes. Infelizmente as autoridades bloquearam o acesso a rua e os táxis tiveram de dispersar por volta das 15 horas.

REUNIÃO COM O SECRETÁRIO RAFAEL PICCIANI

SECRETÁRIO RAFAEL PICCIANI ( camisa branca e crachá) RECEBE OS TAXISTAS NA PORTA DA SMTR

Uma comissão formada por 12 taxistas foi recebida pelo secretário de transportes Rafael Picciani.

Falamos sobre a questão do Uber, carros de porta de hotel e pirataria.

COMISSÃO DE TAXISTAS NO AUDITÓRIO COM O SECRETÁRIO DE TRANSPORTES

Sobre a denúncia feita a DRCI - Delegacia de represssão a crimes de informática, ele nos informou que infelizmente o inquérito não prosperou e foi arquivado pelo MP do Rio de Janeiro que não considerou ilegal o aplicativo. Porém, Picciani afirmou que fará nova tentativa, e agora também municiado com um dossiê entregue pelos taxistas Daniel Tavares e Carlos Soares do Sindicato.

Perguntei se a competência de fiscalizar o transporte era da SMTR, e ele respondeu que sim, mas explicou as dificuldades de dar um flagrante nesse tipo de situação que é caso de policia. Sugerimos que pedisse apoio a policia, e se comprometeu a pedir ao governo do Estado, apoio de força policial para agir nesse sentido.

Quanto a proposta de diminuir o foco nas fiscalizações aos taxistas regulamentados e aumentar a pressão em cima dos clandestinos, concordou e ao ser perguntado o "quando"? respondeu que nas próximas semanas é possível termos resultados nesse sentido.

Uma cópia da Lei 3952/02 foi entregue juntamente com o ofício. Esta Lei Estadual, permite ao poder executivo, ao flagrar um veículo fazendo transporte irregular de passageiros, ser desemplacado pelo Detran em até 05 dias.

Com relação aos outros pleitos, falamos superficialmente e o secretário nos contou que a partir de uma reunião que tivemos com ele em janeiro deste ano, uma proposta de mudanças positivas devem ser apresentadas em cerca de um mês.

Comentou sobre a questão das impressoras que tiveram os preços majorados, e inclusive pediu apoio a deputada Cidinha Campos da Defesa do consumidor que desse atenção a este caso.

Sobre a implantação de GPS nos táxis, afirmou que em pouco tempo apresentará soluções de acordo com propostas de empresas de tecnologia, visando assim, melhorar a fiscalização contra os táxis piratas.

Reconheceu que o taxista não pode ficar 05 dias sem trabalhar por causa do prazo de compensação das taxas( DARM's) e que também é meta a solução deste problema.

Sobre a implantação de equipamentos, disse que entrou em contato com bancos fomentadores do desenvolvimento, que podem custear a juros muito baixo, crédito aos taxistas, com prazos diferenciados do mercado.

A reunião com ele durou cerca de duas horas, Rafael apresentou propostas animadoras que ainda não devem ser divulgadas até a conclusão dos mesmos.

NOTA 10 AOS GUERREIROS, NOTA ZERO AO DESAGREGADOR

Não poderia deixar de comentar aqui a excelente atuação e esforço de centenas de trabalhadores nesta tarde.

O sistema de táxis é plural, não tão desunido como muitos pensam. Tem muito a melhorar, pois numa classe com mais de 50 mil trabalhadores envolvidos, termos 500 pessoas envolvidas, significa 1% de todos os interessados e possíveis prejudicados com a ação de motoristas clandestinos, que hoje já responde por uma perda de 20 a 30 % do faturamento do taxista.

Incrível como num grupo de 500, existem tantas diferenças e muitas vezes vaidades veladas, que precisam ser destiladas no "jogo do poder".

Confesso que as vezes me sinto no meio de um "GAME OF THRONES" um seriado da TV a cabo, que retrata a guerra dos sete reinos na era medieval. Intrigas, invejas, traições, conspirações e interesses individuais.

Hoje foi um pouco diferente, as lideranças souberam se comportar e respeitar o espaço de cada um, por isso o meu singelo parabéns!

A nota zero, vai para um sujeito que segundo me descreveram, usava calça jeans, blusa azul e óculos escuros, que transitava no meio das pessoas tentando a todo custo desarticular qualquer ação que eu propusesse.

Ficou evidente o individualismo, o revanchismo, a falta de compromisso com o coletivo e sobressaiu o interesse pessoal de alguma forma me prejudicar, se valendo de "fofoquinhas" e picuinhas.

Sei muito bem quem é, mas evitei comentar com essas pessoas que vinham me contar o que ele fazia.

Respondia apenas que isso se tratava de raiva. "Raiva, é o veneno que tomamos, na tentativa de matar o outro."

Única coisa que posso fazer por este indivíduo, é orar por ele.

Que Deus abençoe a todos nós, e a luta continua!