sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Portugal: Os taxistas e a concorrência

Os taxistas são um retrato do valor da concorrência e da forma como é percebida em Portugal, especialmente se estiverem em causa interesses próprios, como é o caso. É um dos bloqueios mais graves da economia portuguesa e ao contrário do que se pensa, não é uma realidade apenas nas grandes empresas e monopólios naturais. 


Há uns meses, os taxistas reagiram negativamente aos Tuk-Tuk (serviço de transporte de turistas) agora, de forma violenta, fazem ameaças à Uber e a todos os que estabeleçam parcerias com aquela empresa, que também presta serviços de transporte de passageiros através do recurso a uma aplicação em qualquer smartphone. 

Os taxistas querem proteger o seu negócio e impedir a entrada de novos concorrentes. E quem paga? Os consumidores, claro, que continuarão a pagar sem terem acesso a alternativa. São os únicos? De todo? Basta por exemplo recordar há quanto tempo estão para sair os novos estatutos das ordens profissionais. Houve uma revisão da lei geral das ordens e o passo seguinte seria a adaptação de cada um dos estatutos. Essa revisão continua na gaveta, precisamente para impedir uma maior concorrência em profissões onde os instalados, que são os eleitores dos atuais órgãos sociais das ordens, querem proteger a sua posição. Como se vê, a diferença com os taxistas não é nenhuma.


Fonte: Económico 

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