sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

ACONTECIMENTOS DA SEMANA

Cobrança das corridas de táxi na Região Metropolitana será regulamentada




A Secretaria Estadual de Transportes decidiu regulamentar a cobrança de corridas de táxi entre municípios da Região Metropolitana, do Rio para Niterói, por exemplo. O secretário Carlos Roberto Osório diz que, hoje, cada motorista age de um jeito.

“Uns cobram uma taxa adicional de 10%, outros acionam a bandeira dois”, afirma. Ele quer também reduzir o prazo para aferição dos taxímetros. Isto, para tirar de circulação aquela tabela utilizada sempre que há um aumento na tarifa.
Fonte: O Dia

Após rodar o mundo expondo fotos sobre o avô, Kadu, neto de Niemeyer, hoje é taxista

Quem é fã do arquiteto Oscar Niemeyer provavelmente já visitou alguma dessas exposições de fotos: “Niemeyer por Niemeyer”, “Oscar Niemeyer: arquiteto, brasileiro, cidadão” e “Oscar Niemeyer — 100 anos: poética da forma”. Era um trabalho em família: o autor das imagens, Carlos Eduardo Niemeyer, o Kadu, rodou o Brasil e o mundo ao lado do avô para expor registros das mais célebres obras do arquiteto. Ganhou reconhecimento e muito dinheiro. Morou em Paris e expôs em países como Rússia, Itália, Japão e Chile. Hoje, no entanto, não é preciso ir tão longe para conseguir conversar com o fotógrafo. Pouco mais de três anos após sua última mostra, na Argentina, Kadu, de 60 anos, pode ser encontrado na Praça Santos Dumont, no Baixo Gávea, onde trabalha como taxista.


 A reviravolta na história ocorreu depois que ele passou a fotografar moda. Ao mesmo tempo, começou a se dedicar a um livro de sua autoria, “Curvas”, ainda sobre o avô. Foram quase quatro anos de produção, e a procura por patrocinadores continua. Durante esse tempo, Kadu, que é filho da decoradora Anna Maria Niemeyer, a única filha do arquiteto, viu sua renda encolher, o patrimônio da família teve uma redução de cerca de 80%. Foi quando nasceu a decisão de se tornar taxista:

As primeiras semanas foram muito difíceis, deprimentes. Eu perguntava o que estava fazendo atrás de um volante. Mas foi apenas um choque inicial. Hoje, trabalho no ponto não só por necessidade financeira, mas por prazer. Mesmo se voltar a expor, não pretendo largar o táxi. Aqui fiz grandes amigos, além de ser uma profissão digna como qualquer outra.

A rotina é difícil, começa às 7h e não tem hora para acabar. Mas, mesmo circulando pelas ruas da cidade, Kadu não perde o contato com sua arte. Ele conta já ter três convites para expor suas fotos, um deles em Genebra (Suíça).

Também devo apresentar meu trabalho em Recife e Mato Grosso. Quero continuar expondo. É o que sei e gosto de fazer. Mas estou muito feliz aqui (no táxi). Amo esse contato com as pessoas.

Fonte: O Globo

Belo Horizonte: Taxistas fazem protestam com carreata

A equipe do Taxinforme com André de Oliveira (do táxi) e da AAMOTAB (Associação de Assistência ao motorista de Táxi do Brasil), se reuniram a centenas de taxistas pra protestar contra os transportes clandestinos e pelo direito em transitar nas vias do Move (BRT), na manhã de quarta-feira (28/01), no Centro de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar (PM), 600 motoristas seguiam pela Avenida Afonso Pena em direção à prefeitura, por volta das 11h.



Os profissionais se reuniram na Praça da Estação e seguiram em carreata até a porta da sede da Prefeitura de BH. A manifestação também é contra os aplicativos de celular que tornam desleal a concorrência dos motoristas e segundo os taxistas, confundem os passageiros. Eles querem a proibição dessas ferramentas na capital. O grupo protestou de forma pacífica, com buzinas e fogos de artifício.

O Sindicato dos Taxistas informou não estar à frente da manifestação. Por fim, os taxistas querem uma satisfação sobre a redução de vagas de táxis na área central de BH. 


A Empresa de Transportes e Trânsito (BHTrans) esclareceu que mantém um fórum permanente de negociação com os taxistas e que a liberação das pistas está em discussão. 

A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Polícia Militar, responsáveis pela fiscalização do transporte não se pronunciaram.



Taxista que mora no Rio conta como sobreviveu a campos de concentração nazistas

“Tenho 84 anos, sou casado, tenho filhos, netos e bisnetos. Quase morri diversas vezes. O número de identificação dos campos está no meu braço até hoje. Morei em Israel, cheguei ao Brasil aos 28 anos, fui camelô, fui taxista, mas já me aposentei. Hoje moro na Lapa. É bom ter uma vida normal aqui”, diz um polonês que sobreviveu a execução da família.


Conte algo que não sei.

A vida vale a pena. Ou, se não fosse assim, eu não estaria aqui. Achei que fosse morrer várias vezes. Há coisas que aconteceram no Holocausto que a gente nem consegue dizer. Só Deus sabe o que sofri e vi.

O senhor perdeu toda a família. Como foi isso? Conseguiu saber o que aconteceu?

A gente vivia na Polônia. Eu tinha nove anos. Os alemães encontraram primeiro meu pai e meu tio, que tinham uma loja de sapatos. Foram levados para a guilhotina. Eu tinha três irmãos — um de sete anos, uma de três e a menor, de seis meses. Ficamos escondidos no porão com minha mãe. Um dia fui comprar comida e os alemães me viram.

O que aconteceu então?

Eles nos levaram para uma fila onde matavam judeus. Quando chegou a vez da minha mãe, pegaram minha irmã menor, jogaram para o alto e atiraram na cabeça. Eu disse a mamãe, aos berros, que não ia oferecer a eles minha cabeça e saí correndo. Acertaram no abdômen. Só tirei a bala no Brasil, aos 28 anos. Corri para a mata, lá encontrei um grupo e, a partir daí, virei soldado. Aprendi a mexer com armas. Nunca mais soube da minha família e acho que todos morreram naquela época.

Pode descrever sua vida no campo de concentração?

Passei por vários. Fui escolhido para morrer com patrícios em diversas oportunidades, mas sempre consegui escapar. Havia momentos em que eu achava que não ia mais ter jeito. Mas sempre tive Deus dentro de mim e, além disso, nunca tive medo, enfrentava tudo. Tinha que ser esperto para não morrer. Pegar batata para os alemães comerem. As cascas que eles deixavam a gente recolhia e cozinhava. Dormíamos num galpão onde cabiam mil pessoas. De manhã, ficávamos em fila, eles olhavam, decidiam quem ia morrer naquele dia e quem ia trabalhar.

Qual a coisa mais difícil que teve que fazer para resistir?

Foi no campo de Majdanek, na Polônia. Os alemães me deram um alicate e mandaram entrar num galpão cheio de judeus mortos e arrancar os dentes de ouro deles. Andei em cima dos cadáveres. Eles me ameaçavam com seus cachorros para que eu obedecesse. Achei um judeu vivo que cochichou: pode arrancar o dente, mas finge que estou morto.

É fato que conheceu Stálin?

Quando os russos chegaram, perguntaram se eu estava mesmo vivo. Eu me encontrava muito magro e sem forças. A tropa me levou até Moscou e a Stálin. Ele fez a mesma pergunta: “Estás vivo?” (Risos). Lá me deram roupa bonita, comida e, a mando dele, fui logo levado a um internato.

Hoje, no Palácio do Itamaraty, celebra-se o Dia Internacional em memória às Vítimas do Holocausto, criado pela ONU e parte dos 450 anos da Cidade do Rio. Eventos assim amenizam a dor?

Recebi o convite. Acho importante, pois as pessoas não têm de fato ideia de tudo o que passamos. Eu mesmo movi uma ação e ganha uma pensão do governo alemão no valor de 518 euros por mês (cerca de R$1.500), mas nada é tão significativo quanto se perder uma família ou ver tanto sofrimento.

O senhor conta tudo isso com muita lucidez e não perde o bom humor, o sorriso. Como isso é possível?

Eu tenho fé. Não é uma questão de religião. É fé mesmo, tenho Deus dentro de mim. Estou tentando sobreviver a tudo com a maior calma. Sou casado, aposentado, tenho uma vida normal. Isso é muito bom.

Fonte: O Globo


Nenhum comentário:

Postar um comentário